Por enquanto, a conclusão é que o partido precisa mudar a pauta da eleição. Como? Ainda não está claro. Segundo os petistas, Lula dominou as discussões eleitorais até 6 de setembro, quando Bolsonaro foi esfaqueado em Juiz de Fora (MG). Desde então, só houve espaço para o capitão da reserva. Seja para o seu drama enquanto esteve no hospital, seja para suas declarações polêmicas em entrevistas.
A tropa de Bolsonaro nas redes sociais, principalmente no WhatsApp, deixou os petistas perplexos. “Nós fizemos uma campanha analógica, enquanto eles entraram totalmente na era digital. Eles têm um tecnologia que a gente não domina”, admite uma liderança da legenda.
Dirigentes do partido, que até dez dias antes da eleição afirmavam não ter nenhuma preocupação com as fake news, passaram a acusar Bolsonaro de agir deliberadamente para propagar as notícias falsas. Esse mecanismo teria sido fundamental para o candidato do PSL avançar nos votos lulistas das classes mais pobres. Nos corredores dos hotéis onde o PT tem realizado as suas reuniões, são inúmeras as teorias de dirigentes sobre como o candidato do PSL tem financiado essa ofensiva digital.
pacífico entre os petistas que a campanha falhou nas redes sociais no primeiro turno. Por enquanto, o que o partido definiu é que o PSOL, de Guilherme Boulos, uma das legendas que aderiram à campanha de Haddad no segundo turno, vai ajudar os petistas a se mobilizarem nas redes. A campanha quer tentar engajar os seus simpatizantes para desconstruir Bolsonaro, pregando a pecha de que o rival é um político tradicional por estar na Câmara há 27 anos e seguidor das velhas práticas como a de tentar eleger parentes.
Além de desarmar o candidato do PSL nas redes, o PT também terá de superar suas diferenças internas. Há uma rede de intrigas e guerra de poder entre dirigentes, parlamentares e coordenadores de campanha.
Na tarde da última terça-feira, num hotel da Zona Sul de São Paulo, localizado em frente ao Aeroporto de Congonhas, enquanto o candidato presidencial do PT, Fernando Haddad, em uma sala reservada,reunia-se com governadores do partido eleitos no primeiro turno, um dirigente petista exibia orgulhoso, no lobby, uma carta enviada ao ex-presidente Lula cerca de duas semanas antes da eleição. Na mensagem transmitida por meio de advogados para o ex-presidente em sua cela em Curitiba, ele apontava a necessidade de Haddad antecipar a tática prevista para o segundo turno de partir para o ataque a Bolsonaro.
Por medo de favorecer Geraldo Alckmin (PSDB), o artifício só foi usado depois que as pesquisas apontaram o crescimento do candidato do PSL no último dia de propaganda eleitoral.
(Época)
Vantagem de Bolsonaro abre crise no PT publicado primeiro em: http://talesvale.blogspot.com
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