As urnas do dia 7 não deixaram dúvidas de que até mesmo em um estado com histórico político conservador como o RN, a população não se furtou de tirar de cena aqueles que há décadas tinham poder de mando sobre o território norte rio-grandense. Enquanto isso, na disputa do 2º turno para o governo do Estado, Fátima Bezerra colocou diferença de quase 14% dos votos sobre Carlos Eduardo.
A petista se saiu bem no interior do estado, teve um entrave eleitoral em Natal, onde perdeu para Carlos Eduardo por uma diferença de 18,6%. Sendo eleita governadora, a petista conseguirá um feito e tanto na política do estado. Advinda de bases sociais e sindicais, Fátima construiu uma carreira relativamente exitosa num estado da federação onde o PT possui debilidade eleitoral. A senadora conseguiu alargar sua base política-eleitoral para além da esquerda, tendo sido a deputada federal mais votada em 2010, e eleita para o Senado Federal quatro anos depois. Se vence no dia 28, a comemoração da militância petista pode ir se dissolvendo ao longo do tempo, quando o partido estiver à frente do comando da máquina administrativa estadual e tiver que solucionar os transtornos que assolam o estado.
Sem o apoio político e administrativo do governo central, Fátima corre o risco de vencer e ver naufragar sua carreira eletiva. Como explicar para sua própria base sindical os atrasos que tomarão de conta da folha de pagamento? Como explicar para sua própria base social uma reforma administrativa que vise diminuir a quantidade de secretarias para uma militância que encara enxugamento da máquina pública como sinônimo de liberalismo radical? Terá Fátima situação complicadíssima caso vença para o governo e não tenha o apoio administrativo do governo central para ao menos pagar em dia o funcionalismo público.
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Já uma eventual vitória da candidatura de Carlos representa um suspiro nas derrotas das lideranças tradicionais. E que ironia, logo Carlos Eduardo, que em vários momentos rompeu com seus próprios primos, Henrique e Garibaldi, pode ser a figura que represente uma sobrevida para os clãs que estão ao redor da sua empreitada neste 2018. Vestindo o uniforme do antipetismo neste 2º turno, Carlos assumirá um governo com caos administrativo-financeiro, terá que colocar de fato em prática sua ‘fama’ de gestor, tão propagada na capital, Natal.
Vença Fátima ou Carlos, o próximo governante precisará equilibrar a máquina administrativa, sanear as finanças, melhorar os indicadores sociais, solucionar a violência que toma de conta do estado e amedronta a população, ter capacidade gerencial para realizar obras de portes médio e grande de infraestrutura, atrair investimentos, melhorar o clima econômico e a confiança do empresariado para gerar empregabilidade.
Terá Fátima ou Carlos capacidade para tanto? Ou quem vencer dará continuidade a incompetência administrativa dos outros governos? O RN já esperou demais, está na hora do governante que assumir a partir de janeiro de 2019, arrume a casa e faça do Rio Grande que fica por essas bandas do Nordeste, um Estado eficiente e gerador de riqueza econômica e bem-estar de vida para sua população.
Carlos Eduardo x Fátima: O desafio do próximo governador do RN publicado primeiro em: http://talesvale.blogspot.com
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